terça-feira, 7 de março de 2017

O quanto de coisas que desconhecemos

Uma andada maior pelo YouTube e me deparo com nomes conhecidos por terceiros mas que eu, particularmente, nunca tinha ouvido. Expressões como "ô loco" rolam solto enquanto eu disfarço minha ignorância interna com "ah, eu tava sem tempo". Toda essa vagada me faz martelar além do site de videos: o quanto de coisas que desconhecemos e fingimos que não temos tempo?

Não digo só por trás das telas, sejam elas quais forem, digo também por coisas dentro de nós que disfarçamos e engolimos por praticidade e um pouco de preguiça. Ficou muito mais fácil jogarmos todas as coisas embaixo do tapete e fugirmos do que entender o motivo da bagunça estar ali. Porque, bom, a bagunça está ali ainda, e, querendo ou não, ela vai continuar ali até eu resolver o nó que, nem sempre, o tapete esconde. 

Resolver coisas pendentes me trás a palavra "saudade". Não que eu queira, mas ela tem chovido na minha horta com frequência nas últimas semanas. Hoje eu nem tento esconder embaixo do tapete. Se ela quiser ficar vagando, que fique vagando; se ela quiser ficar na gaveta, que fique na gaveta; se quiser virar poema, que a rima seja boa, porque eu sinto que eu já passei do tempo de disfarçar saudade com música alta e raiva que vaza. 

Saudade, se quiser, vaze. Voe, flutue, se molhe, disfarce. Cansei de tentar dominar uma coisa maior do que eu e, nesse momento, você é maior do que eu. Isso não vai chegar em quem deveria mas eu não vou jogar um tapete em cima.

E tudo bem, sabe.

Eu sei o quanto é saudável para mim assumir coisas que eu disfarçava ou fingia não me importar. Egoísmo, amor próprio, altruísmo, tanto faz. O rótulo não muda o que tem dentro e jogar outro tapete por cima não vai fazer nada disso sumir. Então, hoje, que seja grande. Que seja maior.

E tudo bem.


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